Fora de Série (Booksmart, 2019) - Análise

SINOPSE: “Duas garotas extremamente esforçadas do ensino médio decidem compensar o tempo perdido e juntar quatro anos de diversão em uma única noite.”

A adolescência é sem dúvida nenhuma a pior fase do desenvolvimento de um ser humano, uma fase cheia de dúvidas e incertezas com relação ao futuro, os sentimentos de não pertencimento a um grupo, e digamos que a maioria pretende resolver todos esses problemas evitando pensar neles, principalmente através de todo tipo de curtição que estiver ao alcance deles. Mas sabemos que nem todos seguem por esse caminho, seja porque já está acostumado a uma rotina mais calma e “longe dos perigos noturnos” ou porque está de fato mais preocupado com seu futuro do que apenas um final de semana de diversão. É baseado nisso que a premissa de Fora de Série inicia sua trama.

Amy e Molly são as amigas protagonistas da história, e as duas se encaixam no padrão nerd, principalmente Molly que é presidente de turma, e quando Molly descobre que todos os seus colegas que viveram uma longa curtição durante o ensino médio irão estudar em excelentes universidades no próximo ano, ela está decidida a viver um dia inteiro de curtição antes do dia de sua formatura, e convoca Amy para aproveitar o dia com ela.

Ao longo do filme, vamos conhecendo um pouco mais das personalidades de cada amiga. Molly apesar de sempre se apresentar como uma pessoa séria e certinha, mostra ser uma moça com um espírito festeiro e que só não se permitiu aproveitar os anos de ensino médio, por suas obrigações com os estudos e sua ambição de frequentar uma boa universidade. Amy por outro lado, se mostra insegura em tudo, e demonstra sempre estar desconfortável com uma nova situação em que sua amiga a levou, e ao que tudo indica ela não estava fazendo aquilo por querer, e sim por sentir uma certa obrigação que foi imposta por sua amiga.

Mas obviamente que cada amiga tem seus receios e seus desejos próprios, e isso se torna ainda mais interessante e trás um sentimento de empatia com relação às duas amigas, algo que possa gerar uma representatividade para as mulheres ou qualquer pessoa que vivenciou os mesmos questionamentos durante os tempos de escola.

Talvez a ideia do filme possa remeter um pouco a Curtindo a Vida Adoidado, e é até válido trazer a marcante frase de Ferris Bueller:

 “A vida passa muito depressa. Se não paramos para curti-la de vez em quando, ela passa e você nem vê!”. 

É claro que nós não precisamos nos privar de alguns momentos de lazer e entretenimento devido a outras obrigações que temos, e sim é possível conciliar as duas coisas sem necessariamente perder o foco, e os colegas de turma de Amy e Molly mostraram que é possível.

Mas que nunca esqueçamos, que cada pessoa possui uma personalidade própria, e ninguém jamais deve se sentir obrigado a fazer coisas ou frequentar locais que não a deixam à vontade. A proposta do filme é mostrar o quanto as vezes podemos fazer prejulgamentos a pessoas com base em seus estilos de vida, e o quanto deixamos passar várias oportunidades de distração em nome de uma ambição maior, e é claro que tudo pode ser vivido na medida certa, afinal de contas, não queremos conviver com pessoas chatas que não se propõem a ter um mínimo de diversão na vida.

Este é um daqueles filmes para ver e rever, e que dificilmente você irá se cansar.